Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela história, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a história continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.
Talvez não seja para sentir raiva, talvez esse seja aquele livro que mostra o quanto uma mulher é forte, mesmo sem saber que é. Então, você (no caso eu) liga o computador e simplesmente não sabe o que fazer, fica ali olhando para tela e de repente as lágrimas caem. "Mundo injusto? Seria eu ingrata? Realmente tenho motivos para murmurar? TPM você ficou tão pequena!" Bem vindo A cidade do sol.
Vontade de bater sim, eu senti e muita. Não consigo acreditar que exista um mundo tão covarde, tão cruel, tão egoísta, tão perverso. Começo a me questionar, como é possível um ser humano viver desta forma.
Ser rejeitado desde o ventre, ser abandonado, ser vendido, ser preso, ser morto. Seria a morte o menor dos problemas? Antes a morte do que a guerra? Matar pessoas inocentes, guerra justifica? Espancar? Maltratar? Violentar? Discriminar?
Se casar sem nem ao menos conhecer o marido, um homem 35 anos mais velho que você... Difícil falar sobre o livro, sem ficar indignada, sem sofrer, sem ver os sacrifícios que são feitos a cada capítulo; Guerra e sofrimento.
Perder a família de um jeito tão cruel, ser mãe de um jeito tão desumano e doloroso. De onde vem a força? Hospitais fechados, não temos remédios para cuidar de nossos pacientes; Uma cesariana sem anestesia, eu fiz duas e sinceramente é uma dor que não consigo imaginar.
Geralmente coloco falas na resenha, mais acho que isto esta mais para um desabafo do que uma resenha, então escolhi um trecho do livro que para mim é forte e inaceitável.
"...Atenção mulheres: Vocês deverão permanecer em casa. Não é adequado uma mulher circular pelas ruas sem estar indo a um local determinado. Quem sair de casa deverá se fazer acompanhar de um mahram, um parente de sexo masculino. A mulher que for apanhada sozinha na rua será espancada e mandada de volta para casa. Vocês não deverão mostrar o rosto em circunstância alguma. Sempre que saírem à rua, deverão usar a burqa. A mulher que não fizer isso será severamente espancada. Estão proibidos os cosméticos. Estão proibidas as jóias. Vocês não deverão usar roupas atraentes. Só deverão falar quando alguém lhes dirigir a palavra. Não deverão olhar um homem nos olhos. Não deverão rir em público. A mulher que fizer isso será espancada. Não deverão pintar as unhas. A mulher que fizer isso perderá um dedo. As meninas estão proibidas de frequentar a escola. Todas as escolas femininas serão imediatamente fechadas. As mulheres estão proibidas de trabalhar. A mulher que for culpada de adultério será apedrejada até a morte. Ouçam. Ouçam bem. Obedeçam. Allah-u-akbar."
"... tem algumas coisas que posso lhe ensinar. Tem coisas que se podem aprender nos livros, mas tem outras que só mesmo vendo e sentindo. - disse babi"
O engraçado é que quando li esta frase veio uma brisa, levantando às páginas do livro. Como se fosse um momento em que eu devesse parar para sentir. |
CLASSIFICAÇÃO DNA
Oi, Erica! Tudo bem?
ResponderExcluirMeu Deus... este livro deve ser daqueles que voc~e tem vontade de ir até o local que aconntece a cena e mudar o rumo da história... mas ler algo desse gênero é realmente necessário e inspirador.
Parabéns pela excelente resenha!
Beijos!
http://www.irmaoslivreiros.com/
Oi Dani, tudo bem?
ExcluirEsse mesmo, vontade de ir até lá, de fazer alguma coisa, pessoas fugindo se afogando, tentativas frustradas.
É um livro para refletir.
Obrigada pela visita. Tenho visitado sempre o seu blog. Parabéns. Abraço.
Oi, Érica!
ResponderExcluirAssim como você, a leitura desse livro mexeu demais comigo e não é para menos. O livro é incrível e daqueles que todo mundo deveria ler. Adorei saber sua opinião!
Beijo.
livrosdawis.blogspot.com.br
Oi Wislanny, como vai?
ExcluirEsse livro me fez questionar muita coisa, sair do mundo do romance e ir para realidade (se assim posso dizer) é muito difícil.
Obrigada pela visita, abraço.
Adorei as suas palavras. O Khaled tem essa mania de deixar a gente assim, com mil sentimentos de uma só vez e sem palavras, e tudo que está ali , são puras verdade.
ResponderExcluirum beijos
http://becodoleitor.blogspot.com.br/
Oi Izabela,
ExcluirConcordo com você, ele tem essa mania mesmo. Ele trás todo tipo de sentimento em um único livro.
Obrigada pela visita. Abraço
Olá,
ResponderExcluirPela sua resenha, parece ser um livro forte, com um enredo que prende e mexe demais com o leitor.
Eu estou a um tempo cogitando ler esse livro, já imaginava que seria um pouco assim.
Parabéns pela sua resenha, ficou ótima.
Beijos.
http://www.leituradelua.com
Bom dia Luana, tudo bem?
ExcluirEu fiquei um ano e meio ensaiando para ler esse livro acredita?
Depois que li O caçador de pipas, fiquei com medo do que A cidade do sol poderia fazer com meu "psicológico" rsrsrs realmente mexeu com tudo. Depois me diga se gostou.
Obrigada pela visita, abraço