21 de março de 2016

Resenha: Orgulho e Preconceito - Jane Austen

Título: Orgulho e Preconceito
Autora: Jane Austen
Editora: Martin Claret
Páginas: 479


Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.
 
“É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico precisa de uma esposa. Por menos conhecidos que sejam os sentimentos ou as ideias de tal homem (...).”
Com essa frase tem início o mais famoso romance de Jane Austen, escritora nascida no sec. XVIII que é considerada a 1ª romancista moderna da língua inglesa.

Narrada em terceira pessoa, não chega a ser uma autoficção, mas existem rumores de que há inspiração na própria vida da Srta. Jane Austen neste romance, com destaque para a relação de cumplicidade e carinho entre as irmãs Jane e Elizabeth Bennet, protagonistas da história e filhas mais velhas de um clã de 5 irmãs.

Além de espelhar a beleza e a pureza de sua própria irmã em Jane e a sua própria perspicácia em Elizabeth, Austen teria dedicado à Mr. Darcy os defeitos e qualidades da única paixão que teve em sua vida. Outros personagens como Lady Catherine, Mr. Collins e o patriarca Sr. Bennet também conteriam traços da história pessoal da autora.

É difícil saber, no entanto, até que ponto esse rumores podem ser levados a sério porque Austen era muito reservada e esse romance remota suas primeiras notícias em 1790 com autoria anônima, enquanto sua primeira edição foi lançada apenas em 1813, desta feita com autoria de Jane Austen, o que denota poder ter havido várias modificações desde o original.


Fato mesmo é que, independentemente de todas essas incertezas, a história que recheia esse romance é atemporal, tratando exatamente de observações do comportamento humano em consonância com as diferentes classes sociais e seus próprios interesses.

Há competição entre mulheres para chamar a atenção de um homem, há traição de suposta amiga que trama contra a outra, bem como amizades verdadeiras entre familiares e entre amigos, notadamente entre Mr. Darcy e Mr. Bingley.

Outro tema levantado é o casar-se por dinheiro, o que àquela época e sociedade era comum e racional sob o aspecto de que o amor era desejável, mas não imprescindível, podendo até acontecer ocasionalmente, com o tempo.
“Ainda que não fosse certo que trouxesse a felicidade, devia ser a mais agradável proteção contra a necessidade.”


O orgulho e o preconceito, temas título dessa novela, estão presentes a todo momento e em praticamente todos os personagens. É interessante notar que embora sejamos levados a observar esses defeitos em Mr. Darcy, porque isso muito irrita Elizabeth, ela própria se acomete deles por muitas vezes em seus julgamentos. A futilidade e os péssimos modos da matriarca Sra. Bennet são marcantes e retratam a qualquer fofoqueira ali na esquina comendo torresmo e arrotando caviar. 

O orgulho encontra o preconceito, equívocos e julgamentos antecipados conduzem personagens ao sofrimento e ao escândalo. Porém, muitos desses conflitos conduzem ao autoconhecimento e ao amor.

Sob o pano de fundo de um belo romance com uma lição ao melhor estilo do Esopo, em meio ao enredo clássico com o retrato muito bem delineado da sociedade inglesa dos séculos XVIII e XIX, não se deixe enganar, o que Austin introduz como entretenimento, é na verdade o questionamento sobre o papel da mulher na sociedade.

O equilíbrio entre a seriedade e a comédia, a refinada dose de ironia e a observação meticulosa do comportamento humano resultam no brilhantismo dessa obra.


                               Classificação DNA


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1 comentários:

  1. Cy, miga linda, parabéns pela resenha, eu vejo sempre este livro, mas nunca tinha lido nada sobre ele. Não faz meu gênero, mas tua resenha está maravilhosa. Beijos, sucesso pra ti e para o blog.

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