7 de outubro de 2015

Resenha: O Vilarejo – Raphael Montes

Título: O Vilarejo
Autora: Raphael Montes
Editora: Suma das Letras
Ano: 2015
Páginas: 93

Em 1589, o padre e demonologista Peter Binsfeld fez a ligação de cada um dos pecados capitais a um demônio, supostamente responsável por invocar o mal nas pessoas. A Partir daí, em narrativas que exploram as profundezas mais sombrias da alma humana, Raphael Montes narra com maestria a velha disputa entre o bem e o mal.





Após traduzir os misteriosos manuscritos de Elfrida Primminstoffer, uma senhora falecida a pouco tempo, que, no entanto já contava 102 invernos, o autor Raphael Montes, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2013, coloca no papel uma série de estórias (ou seriam histórias?) macabras sobre um vilarejo isolado por um inverno rigoroso e abandonado à própria sorte, ou melhor, ao próprio azar.

Trata-se de um romance fix up, ou seja, são estórias curtas e diversas que, embora estejam interligadas, podem ser lidas em qualquer ordem sem prejuízo da compreensão do todo. 

Cada capítulo representa um pecado capital, nomeado pelo seu respectivo demônio – mas não pense em monstros – as histórias se fazem marcantes justamente pela realidade, não pela fantasia, mas pelas possibilidades factíveis, pela vitalidade pulsante, pelo sangue!
As ilustrações corroboram com o clima macabro, trazendo imagens escuras de traços imprecisos, como os de HQ´s, bem característicos do ilustrador Marcelo Damm, que fez um trabalho incrível para esse livro, algumas imagens são chocantes e chegam a causar desconforto – objetivo atingido!
“_ Tenha esperança!_ Não adianta esperança... fomos esquecidos._ Esquecidos por quem, meu filho?_ Pelo mundo. Por Deus – reflete Anatole._ Ou talvez tenham sido lembrados pelo Diabo – retruca o velho. Solta uma gargalhada divertida._ Não acredito em Deus, na verdade. Também não acredito no Diabo._ Suponho que não precisem que as pessoas acreditem neles para existirem.” 
[Precisei destacar esse trecho porque realmente me provocou arrepios]

Fernanda Torres já havia comentado e eu assino embaixo, o autor não deve nada ao grande mestre do estilo, aliás, eis, finalmente, um Stephen King tupiniquim! 

Aconselho inclusive, que não leiam essas estórias pela noite, sob pena de enfrentarem problemas típicos de insônia e pesadelos. A não ser que já estejam habituados com o estilo [como sou fã de estórias e filmes de terror desde criancinha não sofri nenhuma consequência traumática. Se bem que o posfácio... ahhhh o posfácio... é simplesmente genial! ]


E aqui me permitirei uma pequena crítica: como li na ordem impressa – e não vejo motivo para fazer de forma diferente – ocorreu que tendo sido, para mim, o primeiro capítulo, o mais chocante, acabou por fazer com que os demais não superassem minhas expectativas. Gostaria de tê-lo lido num momento posterior, apesar de que compreendo que ele devia se afastar do último, mas, é claro que isso é uma questão puramente pessoal, para quem eleger outro capítulo como o mais cruel isso não fará a menor diferença.

Se eu pudesse daria uma pulinho ali na minha adolescência com esse livro a tiracolo numa roda de amigos em torno da fogueira, no sítio da minha avó e só uma palavra resumiria o desfecho: sucesso!

Classificação DNA


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6 comentários:

  1. Oi,Cilene. Tudo bem?

    Puxa, que livro interessante, hein?
    Deve ser uma leitura gostosa, apenas pelo modo como você retratou como é o livro.
    Gostei! :)

    Beijos!
    Irmãos Livreiros

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  2. Oi Daniel, eu vou bem e você?
    Que bom que pude despertar seu interesse pelo livro, fico feliz que tenha gostado!
    Quando puder ler volte aqui para dizer se concorda comigo ok?

    Beijos!
    Cy.

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  3. Adorei a resenha, o livro parece bem interessante!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Millena, tudo bem? Obrigada por visita o blog! Fico muito feliz que tenha gostado da resenha! Quando puder ler o livro volte aqui para me contar se concorda comigo ;)
      beijos!
      Cy

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  4. Jésus! Já fiquei com medo com a resenha, imagine lendo!

    Como sempre, ARRASOU Cilene.

    Sei que não vou apreciar, pois sou medrosa, o meu medo é daquele que a escadinha já ultrapassou os limites do céu.(estou com um livro de terror para ler, mas quem disse que tenho coragem kkkk) Porém, pela sua resenha, quem pedir indicação do gênero, irei lembrar deste livro com certeza.

    Beijos.

    Paty (leiturasplus.blogspot.com

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    Respostas
    1. Hahahaha Paty sua medrosa!!! Pode recomendar de olhos fechados, esse livro é um brigadeiro do estilo.

      Beijos, obrigada pela visita.

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